quarta-feira, 23 de novembro de 2011

IDADE DAS TREVAS ? (2)

Há de se perguntar as Universidades, Tem razão, o leitor que comentou. O texto anterior leva a este: Todavia, devemos rever pela investigação, a imagem que temos desse período. A conotação pejorativa de medieval: atraso, obscurantismo, fanatismo religioso, imobilismo, irracionalidade, idade das “trevas”, toma nova forma quando se se separam os contextos: Teológico, ideológico e filosófico. Pelo teológico, percebe-se que este período de mil anos, sofreu um forte domínio pelo pensamento religioso; Porém, foi marcado pelas transformações e ao contrário do que se pensa, não causou o desaparecimento da filosofia, já que houve uma forte tentativa conciliatória entre fé e razão. Por conseguinte, este movimento acabou criando um meio ambiente propício a criação ideológica e às produções intelectuais, pois houve um grande esforço por parte da administração da Igreja, em aproximar o conhecimento racional dos gregos aos dogmas da fé cristã, que marcou definitivamente o pensamento humano.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DIDATICA MAGNA - COMENIUS

Capítulo XVIII
FUNDAMENTOS
PARA ENSINAR E APRENDER
SOLIDAMENTE

Eu considero esses fundamentos desenvolvidos na obra DIDATICA MAGNA (1621 1627) e escritos por Iohannes Amos comenius (1592 à 1670) ,  ordenados com a educação proposta atualmente pelo sistema escolar brasileiro.

Entretanto, note-se que ao afirmar que os fundamentos estão de acordo, de fato com a educação, é porque, como professor já suspeito que não.

A dúvida leva a essa proposição. Quando se fala então de escola no Brasil, a baixa auto-estima de nosso sistema educacional, já nos leva à desconfiança. Ou seja, acredita-se à priori, de que as Leis e Diretrizes traçadas não devem estar sendo efetivamente praticadas na escola.

Vejamos um exemplo real disto, que narrei na disciplina “Didática”, na caracterização do campo de estágio:

A realidade da escola pública no Brasil é preocupante. E não poderia de ser diferente na escola que escolhi para o estágio supervisionado. Por um lado se as condições físicas do prédio que acomoda a escola são precárias, por outro, a equipe de professores compensa, ou pelos menos, esforça-se para compensar a baixa qualidade das instalações. Falo sobre, paredes desgastadas, pisos danificados, banheiros abandonados, carteiras quebradas(...)  Entretanto, voltando a falar dos professores e funcionários da escola, o que se percebe é realmente um envolvimento, aparentemente vocacional, desses mestres da educação que se submetem a 40 horas/aula semanais, por baixos salários e péssimas condições de trabalho. Esta realidade os remete a exercer outras atividades(...)
 
Como se pode desejar que o professor identificado no estágio descrito - que na vida prática, dedica-se a outras tarefas profissionais, como forma de garantir o complemento de seus rendimentos mensais – se dedique, e que tenha tempo suficiente, para cumprir com excelência os fundamentos acima?

​Indico as três condições abaixo, como possíveis ao processo de ensino-aprendizagem atual:
 
I. Se não se estudar senão assuntos que virão a ser de sólida utilidade.
II. E se todos esses assuntos forem estudados sem os separar
IX. Se todas as coisas forem ordenadas em proporção da inteligência, da memória e da língua.

E justifico:
Na I condição, com a onda pragmática que domina o mundo contemporâneo, e a globalização de produtos e conceitos, o jovem desde muito cedo, já consegue visualizar a aplicação prática de tudo o que vê. Portanto, o professor pode facilmente, fazer uso de recursos tecnológicos de áudio e vídeo e demonstrar claramente a sólida utilidade prática, dos conceitos teóricos que aplicar.

Na II, com o alinhamento de todas as áreas do conhecimento, é inteiramente possível, que os professores inter-relacionem todos os assuntos, estudando-os sem os separar. Por exemplo, aplicar os conteúdos matemáticos da Estatística, na Genética da biologia; para desenhar apenas uma das possibilidades.

Finalmente, justificando a IX condição, há de se lembrar sempre, que a busca do conhecimento, acontece com a interação entre dois pólos, o sujeito e o objeto. E nesta relação, a condição básica, é a capacidade cognitiva do sujeito(aluno) em buscar o objeto(conhecimento). Portanto, as aulas devem manter uma relação fina com a inteligência do aluno, em um ambiente propicio a fomentar seu interesse, alimentando sua memória e principalmente que os educadores, façam uso de uma linguagem adequada à faixa etária e nível cultural da sala.
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Jan Amos Komenský (em latim, Comenius; em português, Comênio) (28 de março de 1592 - 15 de Novembro de 1670 (78 anos)) foi um professor, cientista e escritor checo, considerado o fundador da Didáctica Moderna.  Propôs um sistema articulado de ensino, reconhecendo o igual direito de todos os homens ao saber.

IDADE DAS TREVAS ?

Há de se Perguntar às Universidades!   ​

A Idade média ocorre em um período marcado pela forte influência da Igreja. A sociedade era divida em: Clero, os cultos e proprietários de imóveis e áreas de terra, oriundas de doações de reis aos conventos. E estes exerciam a religiosidade sobre a sociedade.

A classe guerreira era formada pela nobreza, que detinha também propriedades de terras, porém, recebidas por hereditariedade. E finalmente, os trabalhadores, servos, que formavam a maioria da população. ​

Quanto à ordem social e política, predominava o sistema do feudalismo baseado no sistema servil. A economia era de subsistência e se baseava no escambo. ​No que diz respeito à religião, a católica continha todo panorama religioso.

A igreja influenciava toda a sociedade, quer na forma de pensar, quer no comportamento:  Ao ponto de castigar àqueles que contrariassem seus dogmas, com o fogo da inquisição. Além disto, detinham um amplo poder econômico, exercido através da posse de inúmeras terras. ​

O ensino, inicialmente, era ministrado por sacerdotes em suas próprias casas. Em seguida ofertado nas igrejas, restrito à educação cristã. ​Apesar de ter herdado o título de “idade das trevas” caracterizada pela obscuridade e total atraso cultural, comercial..., foi neste período que houve a criação das Universidades, do parlamento, Tribunal com júri, e desenvolvimento de ciências como a Matemática, geografia... ​

Assim, as universidades surgiram pela grande necessidade de formar e capacitar profissionais para fazer frente às transformações sociais que ocorriam à época.  Eeste é apenas um dos pontos a ser reavaliado...

PREPARAR PARA O MERCADO!


A Tendência Liberal Tradicional caracteriza-se fundamentalmente por uma escola que tenta cumprir a função de preparar os alunos em dois aspectos importantes na formação do cidadão: O moral e o intelectual. Preparando o aluno dentro dos princípios morais, ou seja, ensinando-lhes os bons costumes, espera-se que ele adentre a sociedade e que viva entre seus iguais, respeitando os valores e conceitos existentes na vida prática de seus concidadãos. Desta forma haveria um convívio alicerçado na liberdade religiosa, política, racial e social...
Por outro lado, o conhecimento transmitido, ensinado, seria o mesmo para todos. O que diferenciaria um individuo do outro, seria o esforço pessoal. Desta forma, caberia a cada um, buscar o conhecimento e aplicá-lo em sua vida profissional, garantindo seu lugar como um homem capaz.
Em caso negativo, vendo suas tentativas frustradas, deve procurar o ensino profissionalizante.
Já o objetivo da escola na tendência liberal renovada progressivistaé a de ajustar as necessidades do cidadão à sociedade. Em outras palavras, educar o individuo para que estabeleça uma harmonia com o meio social onde vive. Esta harmonia teria como resultado suas necessidades específicas suprimidas no ambiente social. A escola deveria cumprir sua missão de educadora, inter-relacionando o sujeito (aluno) com o objeto (conhecimento).Isto nesta escola seria realizado, construindo e reconstruindo o conhecimento, e a capacidade de conhecer do aluno, objetivando uma perfeita interação entre esta capacidade nata ao cidadão, porém desenvolvida pela escola e aplicado a estrutura do ambiente.
Para que a organização social funcione de forma harmônica, a escola na tendência liberal tecnicista age por meio de técnicas específicas. Isto significa dizer, que o indivíduo seria integrado à sociedade, tendo seu desempenho humano, moldado para ajustar-se à máquina e seus sistemas no mundo social e globalizado.
A escola passa a se voltar para que o aluno busque o conhecimento com base no pragmatismo. Em outras palavras, conhecimentos úteis, necessários e de aplicação prática. Deste modo, as ciências, princípios, leis... enfim, o conhecimento seria proveitoso aos alunos que, os empregaria com o objetivo de transformá-los em indivíduos capazes e competentes para o mercado trabalho.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RECEITA DE ALFABETIZAÇÃO

Pegue uma criança de seis anos e lave-a bem. Enxugue-a com cuidado e envolva-a num uniforme, colocando-a sentadinha numa sala de aula. Nas oito primeiras semanas, alimenta-a com exercícios de prontidão. Na nona semana, ponha uma cartilha nas mãos da criança, mas tome cuidado para que ela não se contamine no contato com os livros, jornais, revistas e outros perigosos materiais impressos. Abra a boca da criança e faça com que ela engula as vogais. Quando as tiver digerido, mande-a mastigar, uma a uma, as palavrinhas da cartilha. Cada palavra deve ser mastigada no mínimo sessenta vezes, como na alimentação macrobiótica. Se houver dificuldade para engolir, separe as palavras em pedacinhos.

Mantenha a criança em banho-maria durante quatro meses, fazendo exercícios de cópia. Em seguida, faça com que ela ingira algumas frases inteiras. Mexa com cuidado para não embolar. Ao fim do oitavo mês, espete a criança com um palito, ou melhor, aplique uma prova de leitura e verifique se ela devolve pelo menos, 70% das palavras e frases engolidas. Se isto acontecer, considere a criança alfabetizada. Enrole-a num bonito papel de presente e despache-a para série seguinte.

Se a criança não devolver o que lhe foi dado para engolir, recomece a receita desde o início, isto é, volte aos exercícios de prontidão. Página 3 de 4. Repita a receita quantas vezes forem necessárias. Ao fim de três anos, embrulhe a criança em papel pardo e coloque um rótulo:  aluno renitente.

Fonte: CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a
teoria e a prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. p.132-133.
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