Eu somente posso compreender o outro a partir de mim. Ao me colocar no lugar do outro, adoto também a sua maneira de ver as coisas, os seus valores, as suas idéias, enfim, o seu ponto de vista. Isto se chama “empatia”.
Ao agir desta forma, reconhecendo o outro e vendo as coisas pelo ponto de vista dele, eu acabo por reconhecer também o meu ponto de vista e agora pela perspectiva dele. Isto faz com que haja um reconhecimento mútuo e, portanto que eu me descubra.
Assim, ao encontrar o outro, me coloco na posição dele que convive comigo. Ou seja, quando me situo “no outro”, encontro o ser que sou. Pois, descobrir o outro significa descobrir a mim mesmo.
Veja que interessante, o ponto de vista de Sartre*: “segundo ele a situação em que descubro o outro é a mesma na qual sou “descoberto”, tal situação é a da vergonha ou do embaraço”.(História da Filosofia V, Unisul, pg. 40 2010)
Em outras palavras, quando passo a entender o próximo, e ver o mundo pelo seu ponto de vista, acabo vendo a mim mesmo, já que me encontro no mundo visto por ele.