Encontrei este discurso vasculhando em meu computador e transcrevo aqui estas palavras, ditas com emoção quando da minha despedida da Maçonaria do Paraná, que permanecem ainda hoje verdadeiras:
QUANDO O PRAZER DE ESCREVER, TRAZ O LAMENTO.
O Templo é um lugar fantástico onde moram, adormecidos, os HOMENS-maçons de todo o universo.Como na lagarta mora adormecida uma borboleta.O que vai acordar é aquilo que a palavra vai chamar.
João no novo testamento diz em Cap.1 Ver.1, “No inicio era logos, a palavra...” Palavras são entidades mágicas, santas, que despertam os mundos que jazem dentro do nosso corpo. Nosso corpo é feito de palavras.
A esse processo mágico pelo qual a palavra desperta os mundos adormecidos se dá o nome de educação; Que eu chamo de Maçonaria, que trata de educação Moral. Maçons são todos aqueles que tem esse poder.Por isso que a Maçonaria me fascina.
Mas é preciso não ter ilusões. A palavra tanto pode invocar príncipes como sapos.
“O Mundo no dia-a-dia, destroi muita coisa.” E conheço poucas pessoas a quem isso não tenha ocorrido. O mundo ensina, por exemplo: a mentira e a competição. O motivo?
Manter-me vencedor na cadeia produtiva dos homens.
A Maçonaria me ensina a esquecer isso que aprendi.
As palavras de Alberto Caeire explicam:
"Procuro me despedir do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu..."
Por isso nós Maçons passamos por uma iniciação; Uma morte simbólica de tudo isso, para fazer valer o esquecimento.
Sou como vocês, um livre investigador da verdade; Missão que me propôs a Maçonaria; Aceitei com satisfação na minha iniciação; Hoje me pesa como um fardo quase insustentável
Porque há momentos em que eu me sinto só, e abandonado em minhas cogitações; Sem saber exatamente qual o caminho a seguir e se é certo prosseguir...
Como agora que estou me despedindo da Loja; Carinhosamente minha Loja mãe. Onde tudo começou; Na A.`.R.`.L.`.S.`. Loja Eleutério Cunha,57. Iniciei no primeiro e marchei ao último grau. O trigésimo terceiro.
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