segunda-feira, 16 de agosto de 2010

TENTANDO ABRIR OS OLHOS !

Tenho recebido mensagens reclamando da ausência. Minhas obrigações acadêmicas, tem me deixado um pouco sem tempo para estar por aqui. Estou no Congresso de Filosofia e retorno no sábado. Até lá e obrigado pelas lembranças.

"Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir". Descartes.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A CIÊNCIA UTILIZADA COM ÉTICA!


Este exemplo de negligência no emprego de uma verdade... “...deixa-me na dúvida de saber se é de mais ciência que necessitamos, ou do uso mais integral e honesto daquilo que já conhecemos” (Kruif, 1944, p. 36).

Ontem a noite, ao pedir um desconto na compra de Tiras/Reagentes(fitas que servem para a medição e controle da taxa de glicose no sangue, inseridas no aparelho ao lado) em uma farmácia na cidade de Londrina, ouvi do atendente: “...estas fitas não são consideradas medicamentos, por isto não tem desconto...”.

Fiquei atônito, o medicamento que atua na redução da taxa de glicose recebe um desconto, porém, o instrumento e acessórios, que servirá para indicar se o conjunto de procedimentos (medicamento, dieta e atividade física) está promovendo o controle desejado na Diabetes, não recebe desconto algum e custa muito.

É desnecessário enfatizar, a prioridade que a medicina estabeleceu nos dias de hoje. Todos nós temos conhecimento de que os laboratórios direcionam cada vez mais seus recursos e pesquisas para as “doenças de rico”.

A própria medicina particular, através de suas luxuosas clínicas médicas, ligadas aos Convênios Médicos, cada vez mais caros, exigentes e limitados, se volta para o atendimento aos ricos. Os pobres estão cada vez mais reféns do SUS-SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - oferecido pelo Estado - um sistema sucateado e marcado pelas filas intermináveis, prazos longos de espera e na utilização de corredores no atendimento aos pacientes em função das enfermarias super lotadas; já que os quartos são reservados aos pacientes que pagam seus convênios e aos que arcam com o custo total; o chamado "atendimento particular”.

Esta pequena reflexão repousa na necessidade e nos esforços que se fazem necessários à melhoria desta situação, em que vive a área da Medicina em Geral. É preciso que, além dos interesses financeiros, que se somem à política do maior lucro possível, os interesses sociais, e o valor da vida, com base na ética, na moral e no respeito e amor ao próximo.

É claro, que a medicina tem sido vital à vida humana, hoje presumidamente mais longa e com mais qualidade, do que quando comparada aos nossos irmãos do Século XV; Mas, refletir sobre as palavras do autor no preâmbulo deste artigo, é de vital importância. Porque nos conduz a uma reflexão mais profunda e evidencia a urgência de uma ação prática.

Parece-me um bom começo, agir com inteligência e prudência, ao escolher um candidato nas próximas eleições(se é que existe um que possa ser o indicado por aí)!!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O FUTURO É DUVIDOSO!

Antigamente se usava a frase “nunca se sabe o dia de amanhã”. É curioso como essa expressão sumiu de nossas conversas e, desse modo, do imaginário coletivo sempre expresso nos temas cotidianos. O “dia de amanhã” era o jeito de falar sobre algo concreto, mas sobre o qual nada se sabia. O “dia de amanhã” era mais do que o dia que vem depois do “dia de hoje”. Era o cuidado com o tempo vindouro.

O “dia de amanhã” representava um conceito de futuro de que não dispomos mais desde que acreditamos no progresso tecnológico e do capital. Com ele definia-se a esfera da vida do que chamamos “porvir”: o que ocorrerá. No passado as pessoas acreditavam que era preciso uma preparação para esse tempo com comportamentos e ações que levassem a bons resultados. O futuro dependia da sorte, mas também do projeto. A relação com o futuro definia a construção de algo que seria importante “um dia”. Tal pensamento era possível porque havia uma perspectiva no sentido técnico: um olhar que partia de um ponto e queria alcançar outro. Hoje, podemos questionar se não perdemos justamente o ponto ao qual queremos chegar. Perguntar “aonde queremos chegar” com a vida que levamos hoje faz parte do desejo de uma vida justa.

O futuro era algo para o qual era preciso preparação: para o casamento, o trabalho, a vida social. A educação, antes de ser disciplina do corpo e do espírito, era preparação para tudo isso. Hoje, ninguém pensa em se preparar. Antes da preparação, privilegia-se hoje a competição geral para alcançar um lugar, se possível o primeiro. O motivo da corrida ¬ de onde vem nossa “correria” cotidiana ¬ é, porém, incerto para cada corredor.
Por Márcia Tiburi, filósofa, escritora e artista plástica.

Mais disponível em:
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/056/
filosofia/conteudo_256699.shtml?pagina=0>.Acesso em: 18 mai.
2010.