quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA! LEMBRA ?


Eu vivi a ditadura militar. Ainda hoje sinto a repressão presente em minha formação. Principalmente aquela aplicada na escola por parte dos professores e diretores e executada pelo exército e polícia Militar que perambulavam ostensivas pelas ruas. (foto ao lado mostra o que acontecia àquele que se esquecia das aulas).
          Mas, também viviam os estudantes e alguns professores que divulgavam a duras penas pelos corredores das escolas e pequenas reuniões furtivas, os antídotos do mal que crescia exponencialmente na sociedade.
Porém, alterando o foco romântico, e nem um pouco saudosista, vou deitar os olhos, sobre o assunto, desta vez sob o ponto de vista histórico.
Nota-se a influência do Positivismo já nos anos de 1870: Um modelo de educação que foi assimilado pelo sistema educacional brasileiro já durante o período Imperial, quando Rui Barbosa passou a defender a idéia que caberia a educação, sobretudo, disciplinar e formar para o trabalho, quando foi instituída nas escolas a educação moral e cívica.( Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 1, Volume ago., Série 21/08, 2010, p.01-10)
Como se lê no trecho pesquisado acima, a “Educação Moral e Cívica” já era posta em prática no século XIX. Mas, em 12 de Setembro de 1969, a Lei 869, estabeleceu como disciplina e prática educativa obrigatória, as aulas de moral e cívica, em todas as escolas brasileiras. A finalidade principal era o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana e o aprimoramento do caráter. Este apoiado na moral e na dedicação à família e à comunidade. Além disto, o cidadão deveria através da disciplina, ser preparado para o exercício das atividades cívicas, sempre fundamentado na moral, no amor à pátria e na ação construtiva.
Entretanto, contrapondo-se a nobre missão, o que se vivia era o adestramento e catequização das pessoas, através de uma disciplinada relacionada às determinações políticas e econômicas daquela época. As reformas educacionais tinham como fundamento, auxiliar a alcançar os objetivos dos que se encontravam no poder. Em resumo: necessidade do progresso econômico dependente do capital externo e a manutenção do regime militar.
Isto levava a população em geral a ser bombardeada com conteúdos sempre adequados aos desígnios do governo militar. As escolas tentavam permanentemente convencer os estudantes que os militares eram os únicos que poderiam sustentar a democracia e impedir a ameaça do comunismo. No entanto, uma democracia onde não havia espaço para contestação de qualquer natureza.
É claro, que a intenção deveria ser estimular a reflexão do pensamento voltado aos valores éticos e morais. Contudo, a intenção foi distorcida e trocada pelas apresentadas acima. Atualmente, me parece que a missão é mais apropriada a Filosofia. Disciplina arrancada pelas raízes, de todo ensino no Brasil, pelo mesmo governo militar. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ABORDANDO A MATÉRIA DE FILOSOFIA.

  É nítido no FORUM, se iniciar as postagens ou abordar o tema, apontando as formas como um professor não deve limitar a matéria de Filosofia. Quero utilizar este espaço, no melhor formato do Filosofar. Ou seja, refletindo de forma crítica. E ao fazê-lo direciono-me como um autômato a abordagem temática: já que esta é forma de ajeitar a filosofia como um esforço de reflexão sobre problemas, que neste caso em específico, desafia a consciência de cada um de nós, candidatos a professores.
        Assim sendo, pergunto a minha consciência: Por que apontar o contrário do que se quer, para se chegar ao desejável? Observa-se através de uma leitura cuidadosa do mesmo texto: a importância de sistematizar o estudo da Filosofia, de se observar os registros da cultura e da evolução do pensamento humano, de se refletir filosoficamente sobre as idéias de cada pensador e de como é o caso aqui, da reflexão crítica aplicada a temas/problemas apresentados na vida prática de cada aluno.
        Em outras palavras, às vezes me parece estar a ler, que discutir, por exemplo, o programa apresentado pela rede Globo de televisão, “Big Brother”,  pode levar os alunos a vivenciar o verdadeiro filosofar. Essa abordagem temática por si só é ingênua. Somente será um forte instrumento se sobre ele o mediador se debruçar inteiramente na soma das diferentes abordagens: A Sistemática, Histórica, Textual e Temática. Não há outra forma.
        Concluindo, se for possível, que se aclame o mediador e o estudante em contrapartida ao professor e aluno. Que se fale e se escreva apenas a partir da idéia dos dois primeiros e se sepulte definitivamente, no tempo, os outros dois. E a partir daí, se iniciar uma caminhada de busca do entendimento na abordagem a Matéria de Filosofia.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A RAPOSA E AS UVAS


Os meios de comunicação e as tecnologias da informação significam para a escola em primeiro lugar isto: um desafio cultural, que torna visível a distância cada dia maior entre a cultura ensinada pelos professores e aquela outra aprendida pelos alunos. Pois os meios não só descentram as formas de transmissão e circulação do saber como também constituem um decisivo âmbito de socialização através dos mecanismos de identificação/projeção de estilos de vida, comportamentos, padrões de gosto. É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade. (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22).

É clara a dissonância cognitiva, cada vez mais crescente, entre o aluno e o professor. Ou sendo mais específico, entre como o aluno deseja aprender e como o professor quer, já que faz uso de métodos emergentes da pedagogia tradicional liberal. Considerando-se o texto de (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22) principalmente quando diz: “É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade.”  É que se compreende o panorama que se vem formando a partir desta nova cultura. No inicio, foi a televisão. Ela teve e ainda tem um papel, cuja importância é indiscutível na formação da cultura do povo brasileiro. Tornou-se um novo membro no seio da família. Em decorrência do avanço tecnológico, novos “entes queridos” foram se anexando, não só aos lares como também aos telefones, aos carros, à televisão; os computadores foram ocupando espaços profissionais, pessoais, sociais e acadêmicos. E interpretando o que diz Martin-Barbero, devemos mensurar a grandeza de toda essa tecnologia e prepararmos o ambiente escolar, dimensionando-o dentro da nova realidade de busca do conhecimento. Em outras palavras, incentivar o uso de recursos como computadores, tablets, projetores, entre outros, e, utiliza-los como ferramentas para exercer as pesquisas, reflexões e debates em sala de aula; Este deve ser o papel da escola: permitir que as tecnologias de informação e educação facilitem e melhorem a qualidade de aprendizagem e a relação do mestre/aprendiz na nova medida do aprender a aprender. O que não podemos é agir como a raposa na Fábula de Esopo(*); A Raposa e as Uvas conta a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, comer um cacho de uvas penduradas em uma vinha alta. Não conseguindo, afasta-se, dizendo que as uvas estariam verdes. O professor deve atualizar-se e buscar todo o conhecimento e domínio das tecnologias para possibilitar a interação desejada nas velhas salas de aula, já que há 200 anos permanecem as mesmas. E evitar, como a Raposa, por comodismo e por não querer evoluir, criar desculpas e justificativas enfadonhas.