Eu vivi a ditadura
militar. Ainda hoje sinto a repressão presente em minha formação.
Principalmente aquela aplicada na escola por parte dos professores e diretores
e executada pelo exército e polícia Militar que perambulavam ostensivas pelas
ruas. (foto ao lado mostra o que acontecia àquele que se esquecia das aulas).
Mas, também viviam os estudantes e alguns professores que divulgavam a duras penas pelos corredores das escolas e pequenas reuniões furtivas, os antídotos do mal que crescia exponencialmente na sociedade.
Mas, também viviam os estudantes e alguns professores que divulgavam a duras penas pelos corredores das escolas e pequenas reuniões furtivas, os antídotos do mal que crescia exponencialmente na sociedade.
Porém, alterando o foco
romântico, e nem um pouco saudosista, vou deitar os olhos, sobre o assunto,
desta vez sob o ponto de vista histórico.
Nota-se a influência do Positivismo já
nos anos de 1870: Um modelo de educação
que foi assimilado pelo sistema educacional brasileiro já durante o período
Imperial, quando Rui Barbosa passou a defender a idéia que caberia a educação,
sobretudo, disciplinar e formar para o trabalho, quando foi instituída nas
escolas a educação moral e cívica.( Para
entender a história... ISSN
2179-4111. Ano 1, Volume ago., Série 21/08, 2010, p.01-10)
Como se lê no trecho pesquisado acima, a
“Educação Moral e Cívica” já era posta em prática no século XIX. Mas, em 12 de
Setembro de 1969, a Lei 869, estabeleceu como disciplina e prática educativa
obrigatória, as aulas de moral e cívica, em todas as escolas brasileiras. A
finalidade principal era o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento
de solidariedade humana e o aprimoramento do caráter. Este apoiado na moral e
na dedicação à família e à comunidade. Além disto, o cidadão deveria através da
disciplina, ser preparado para o exercício das atividades cívicas, sempre
fundamentado na moral, no amor à pátria e na ação construtiva.
Entretanto,
contrapondo-se a nobre missão, o que se vivia era o adestramento e catequização
das pessoas, através de uma disciplinada relacionada às determinações políticas
e econômicas daquela época. As reformas educacionais tinham como fundamento,
auxiliar a alcançar os objetivos dos que se encontravam no poder. Em resumo: necessidade
do progresso econômico dependente do capital externo e a manutenção do regime
militar.
Isto levava a população em geral a ser
bombardeada com conteúdos sempre adequados aos desígnios do governo militar. As
escolas tentavam permanentemente convencer os estudantes que os militares eram
os únicos que poderiam sustentar a democracia e impedir a ameaça do comunismo. No entanto, uma democracia onde
não havia espaço para contestação de qualquer natureza.
É claro, que
a intenção deveria ser estimular a reflexão do pensamento voltado aos valores
éticos e morais. Contudo, a intenção foi distorcida e trocada pelas
apresentadas acima. Atualmente, me parece que a missão é mais apropriada a
Filosofia. Disciplina arrancada pelas raízes, de todo ensino no Brasil, pelo
mesmo governo militar.