segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A RAPOSA E AS UVAS


Os meios de comunicação e as tecnologias da informação significam para a escola em primeiro lugar isto: um desafio cultural, que torna visível a distância cada dia maior entre a cultura ensinada pelos professores e aquela outra aprendida pelos alunos. Pois os meios não só descentram as formas de transmissão e circulação do saber como também constituem um decisivo âmbito de socialização através dos mecanismos de identificação/projeção de estilos de vida, comportamentos, padrões de gosto. É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade. (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22).

É clara a dissonância cognitiva, cada vez mais crescente, entre o aluno e o professor. Ou sendo mais específico, entre como o aluno deseja aprender e como o professor quer, já que faz uso de métodos emergentes da pedagogia tradicional liberal. Considerando-se o texto de (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22) principalmente quando diz: “É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade.”  É que se compreende o panorama que se vem formando a partir desta nova cultura. No inicio, foi a televisão. Ela teve e ainda tem um papel, cuja importância é indiscutível na formação da cultura do povo brasileiro. Tornou-se um novo membro no seio da família. Em decorrência do avanço tecnológico, novos “entes queridos” foram se anexando, não só aos lares como também aos telefones, aos carros, à televisão; os computadores foram ocupando espaços profissionais, pessoais, sociais e acadêmicos. E interpretando o que diz Martin-Barbero, devemos mensurar a grandeza de toda essa tecnologia e prepararmos o ambiente escolar, dimensionando-o dentro da nova realidade de busca do conhecimento. Em outras palavras, incentivar o uso de recursos como computadores, tablets, projetores, entre outros, e, utiliza-los como ferramentas para exercer as pesquisas, reflexões e debates em sala de aula; Este deve ser o papel da escola: permitir que as tecnologias de informação e educação facilitem e melhorem a qualidade de aprendizagem e a relação do mestre/aprendiz na nova medida do aprender a aprender. O que não podemos é agir como a raposa na Fábula de Esopo(*); A Raposa e as Uvas conta a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, comer um cacho de uvas penduradas em uma vinha alta. Não conseguindo, afasta-se, dizendo que as uvas estariam verdes. O professor deve atualizar-se e buscar todo o conhecimento e domínio das tecnologias para possibilitar a interação desejada nas velhas salas de aula, já que há 200 anos permanecem as mesmas. E evitar, como a Raposa, por comodismo e por não querer evoluir, criar desculpas e justificativas enfadonhas. 

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