quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O VERÃO É SEMPRE VERÃO. A MENTE...

Conforme Arga[1]: (...)nos “provérbios da Holanda”, Bruegel recolhe a voz do povo e ilustra com perfeita fidelidade exemplos que não são da sabedoria antiga, mas da eterna ignorância. [pintura acima]

Ele quer dizer, que o mundo sempre andou do mesmo jeito, considerando os mesmos preconceitos, com os mesmos enganos e mesmos pecados. E assim será sempre.

E nisso resume-se o seu realismo moral: "aceitar o homem exatamente como ele é, fraco e com todos os seus preconceitos e misérias".

E isto me remete nesta tarde de verão, àquelas de minha mocidade, quando moço de quatorze anos ou menos, que enfadado nas tardes de verão, quentes e silenciosas, buscava com a mente em chamas, algo que trouxesse proveito e ajudasse a passar o tempo.

Contudo, lá na cidade de Londrina, naqueles anos sem opções, apenas tendo como companheiros, o tédio e o ócio, restava-me a tarde toda para vagar, viajar e descansar, nas páginas dos livros de Monteiro Lobato e outros gênios da literatura.

Hoje, tantos anos depois, em uma tarde de verão idêntica, quente e silenciosa, entre ir à praia logo à frente, à piscina logo ao lado ou ainda, repassar de carro, como era o verão há 300 anos, no Ribeirão da Ilha, acabo por optar novamente pela leitura, desta feita por um livro sobre Educação, escrito pelo educador mineiro Rubem Alves.

É interessante como a Alma altera a concepção dos momentos. O verão naquele tempo continua, hoje em dia, a ser verão. No entanto, é desigual a concepção do verão atual.

Não obstante, ao que falam os chatos dos ecologistas, e os maçantes dos saudosistas, o verão é o mesmo, nós é que nos metamorfoseamos, na tentativa de encontrarmos nossas verdades.

Nossa alma é a mesma, com as mesmas ansiedades e necessidades.

Todavia, nossos olhos enxergam menos, nossos corpos mais lentos, nossa pele mais franzida, nossa esperança menor, nosso coração maior...

Em outras palavras, se por um lado, nossa mente abriga mais informação e muito mais conhecimento, por outro, guarda muito menos sabedoria e ainda muito menos entendimento.

Porque apesar de estender-se por um número maior de assuntos e variados temas, não esquece aquelas silenciosas e quentes tardes de verão que continuam próprias para o tédio e para o ócio, próprias para vadiar, e se aventurar nas mágicas linhas de um texto filosófico...

Principalmente para um adulto como eu, que apesar dos anos, ainda não aprendeu...

FAÇAM TODOS UM BOM ANO NOVO!

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Dedico esta recordação, nestas palavras de reflexão: à minha Mãe, cuja imagem de seu belo rosto, também não mudará, pois se fixou para sempre em minha mente, depois de adormecida em seus sessenta e oito anos... Que DEUS a abençoe!

[1]Giulio Carlo Argan (Turim, 1909 — Roma, 1992) foi historiador e teórico da arte italiano.

http://rafaelgomes.blogspot.com/2009_01_01_archive.html acessado em 30 12 2010 às 13:37


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

COMO ADMINISTRAR UM ESTADO? E UMA LOJA?

Sabemos que há pelo menos três formas conhecidas historicamente, a saber:

Uma delas é a monarquia, onde o comando é realizado por um único chefe de estado.

Desta forma, teríamos uma Loja comandada exclusivamente pelo Ven\M\. E a ele se atribuiria o planejamento e execução de todo o contexto maçônico pertinente aos seus membros.

Entretanto, ela pode se degenerar e se transformar em “tirania”, tornando-se uma administração, sob o comando de um chefe único, que age em proveito próprio.

A outra é a aristocracia ou oligarquia, nesta um grupo de pessoas soberanas governa o estado.

Sob o ponto de vista aqui tratado, um grupo de MM\II\ em conjunto com o Ven\M\ e os VVig\, se ocuparia dos assuntos acima distinguidos. Deste modo, o detentor do "primeiro malhete", seria o responsável por presidir e executar as decisões acertadas, em reunião de foro íntimo.

Todavia, aqui também há de se correr o risco, de que este modelo de administração, se volte a atender os interesses próprios de poucos.

A terceira é a democracia - bem conhecida de todos nós - é aquela em que a administração provém de todos, por todos e para todos. Em outras palavras, toda matéria que é objeto desta reflexão, passaria a ser debatida e decidida em assembléias, em que haveriam de se reunir a maioria dos membros ativos.

E aqui, outro grande risco, uma democracia pode vir a se tornar o que conhecemos bem em política, e que se defini pelo termo de “domínio de classe”.

Neste “domínio de classe” e somente quando ele ocorre, a Loja estaria sob comando irrestrito. Em outras palavras, os membros da loja se tornariam os senhores absolutos dos assuntos internos e externos, presentes e futuros.

De tal modo, também contraproducente, pois circunstancialmente, a administração é levada - com o inevitável enfrentamento - à total desordem política.

Por outro lado, o homem é um ser político e social e o que realmente quer, é ser feliz. De fato, é na verdade, o que lhe interessa. E de que outra forma encontrar a felicidade, se não, por meio do exercício da virtude?

Procurar o equilíbrio, entre opiniões e decisões e a moderação das paixões e da vontade, certamente é o único caminho capaz, de nos conduzir ao encontro do ponto ideal de comunhão, com nossos iguais.

Deste modo, independentemente do sistema político adotado, seguramente se encontrará um ambiente adequado à busca incansável pelo conhecimento.

Razão única de nossa presença no templo e em loja composta!

QUE ASSIM SEJA!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

É O CONHECIMENTO UMA UTOPIA ?

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".Eduardo Galeano[1]

Ninguém gosta de ler ou fazer aquilo que é difícil demais. Essa é uma boa caracterização das instruções para serem lidas em loja composta: para a grande maioria de nós, inicialmente, elas são difíceis demais, justamente por que englobam, sintetizam muitas informações e conhecimentos adquiridos ao longo da história da civilização. E por fim, elas são ilustradas por símbolos e veladas em alegorias.

Nitz[2] escreveu em um de seus aforismos, que ninguém consegue extrair de um texto, ou de um livro, mais conhecimento do que ele já tem.

Em outras palavras, imaginem passar uma tarde lendo um livro sobre Física Quântica e a teoria das cordas? Em meu caso específico, certamente não conseguirei obter muito conhecimento. Por que ? Porque não sei nada de física quântica!

Se quiser obter sucesso, terei que iniciar-me na física. Perguntar-me o que é Física ? Do Grego physis... que significa natureza... que é a ciência que estuda os fenômenos naturais... E isso significa retornar à ágora grega, e estudar, a partir das primeiras observações realizadas pelos filósofos gregos e percorrer o tempo até os físicos contemporâneos.

Não tem outra forma! Como tentarei entender os fenômenos que ocorrem em dimensões próximas ou abaixo da escala atômica, se não conheço nem aqueles chamados de naturais.

Imagine então tentar entender sobre a teoria das cordas que, afirma serem os objetos extensos unidimensionais, contrariando a física tradicional...

Observe que, o que escrevo acima, passa a impressão de que tenho alguma idéia formada, algum aprendizado sobre Física.

Entretanto, é apenas uma impressão, o que escrevi são alguns dados extraídos de uma pesquisa no site do Google. Porém, contextualizados, com a intenção de melhor explicitar a linha central do texto que é o de entender que para alcançar algum lugar, temos que seguir um planejamento e este deve ser sistemático e no nosso caso, por exemplo, vir a partir destas perguntas:

1. Onde quero ir?

2. Qual o caminho que devo seguir?

3. Quais os materiais que precisarei reunir?

4. Quanta energia estou disposto a empregar nessa excursão?

5. Quanto tempo vou dispor para essa caminhada?

6. E finalmente, estou preparado?

A Maçonaria apresenta um sistema metodológico que favorece a aprendizagem, pois dividi o conjunto geral de seu conhecimento principal em partes que denomina graus [1, 2 e 3], na chamada Maçonaria Simbólica[podendo se estender até o 33].

E estes Graus são divididos em Instruções Clássicas e estas, por sua vez, em complementos e fascículos.

Resumindo, primeiramente procura-se o ensino/aprendizado das partes menores para somente então, alcançar o conjunto do conhecimento.

Exatamente como sugerido na analogia feita acima sobre a Física quântica. E também propondo talvez, a unica solução para o problema apresentado pelo filósofo Nitz.

Não obstante, é bom ter em mente que tudo ocorre a partir do esforço pessoal. A maçonaria coloca a disposição do membro ativo e interessado, todo o material, debates, apresentação de trabalhos e palestras necessárias; no entanto, percorrer o caminho é uma tarefa individual.

[1]Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é umjornalista e escritoruruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinandoficção, jornalismo, análise política e História.

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[2]Friedrich Wilhelm Nietzsche, (Röcken, 15 de Outubro de 1844Weimar, 25 de Agostode 1900) foi um filólogo clássico e influente filósofo alemão doséculo XIX



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O BOM SENSO OU A RAZÃO.

René Descartes viveu na idade média, portanto acostumado à autoridade eclesiástica. Possuidor de um espírito inquieto entregou-se a pesquisa das coisas existentes no mundo de sua época, rejeitando as percepções dos sentidos e acaba por escrever uma obra[1] não doutrinária que tenta provar que o conhecimento só pode ser encontrado pelo uso da razão.

Ora, ao empregar o método de Descartes, imagina-se a possibilidade de viver em um mundo perfeito. Um mundo desenvolvido, ao ponto da humanidade não se prostrar frente às opiniões pré-concebidas e geradas em função da aplicação de suas diferenças políticas, sexo e cor.

Este mundo possível e ao mesmo tempo, distante e utópico, mostra-se na prancheta de trabalho do filósofo, como o resultado da aplicação da razão, sobre o pensamento do homem, resultando no desenvolvimento e no progresso da humanidade.

Contudo, apesar de se tratar de um processo eficiente, mais à vista do homem contemporâneo do que, àquele que vivia na idade média, parece-me que a intenção de Descartes, em imprimir a obra em francês, para chegar a todo e qualquer homem, alcançando assim o senso comum, não foi atingido nem mesmo nos dias de hoje.

Quantas guerras, embates, massacres religiosos, divergências políticas e sociais, não se teria evitado ao longo da história da civilização, se a prática da investigação científica, caracterizada pelo uso do bom senso ou da razão, tivesse sido o procedimento normalmente adotado.

Todavia, na ciência, este método resultou em boas conquistas: a medicina, a física e a matemática, áreas de contribuição também de Descartes, experimentadas por métodos empíricos e de investigação racional, trouxeram benefícios inigualáveis à humanidade.

Porém, no campo dos relacionamentos sociais, as opiniões e preconceitos ainda fazem vítimas. Enquanto o homem não absorver a postura racional em seu comportamento, resta-nos à aplicação das leis, como método de minimizar os conflitos, enquanto se pensa em um ideal maior, que é a educação, a cultura, enfim, a instrução de todo e qualquer homem, com base, e, neste caso específico, nas idéias e nos pensamentos do pai da filosofia moderna.

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[1] A Obra é O Discurso do Método, onde surge o Cogito Ergo Sum, Penso, Logo Existo. Descartes chega a esta afirmação, após aplicar ao mundo físico os argumentos do cético[*]. Descartes não era um cético, apenas usa os argumentos do Ceticismo em sua obra "Meditações de Filosofia Primeira”.

Seu objetivo é demonstrar que, não temos como provar existir um mundo exterior a nós. E é neste argumento que, Descartes vai construir a famosa frase: “Penso, logo existo”.

Ora, sem poder afirmar a existência de um mundo exterior, conforme quer o ceticismo, ele conclui que todo conhecimento é falso, já que todos os seus fundamentos, não são claros e evidentes.

E, por duvidar de tudo, resta-lhe crer que não pode, entretanto, duvidar da dúvida. E, como o ato de duvidar é um ato específico do pensamento, ele conclui que a proposição “Penso, logo existo” é a primeira verdade, e esta, com a propriedade de jamais poder ser colocada em dúvida.

Finalizou o filósofo então, que este poderia ser um novo início, o verdadeiro ponto de partida da filosofia.

[*]Clique e leia sobre o Ceticismo no site: http://nelson-machado.blogspot.com/2010/02/o-cetico.html

René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.

Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução Científica.

Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental.

Bibliografia disponível no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes acessado em : 18 11 10 às 13:48

Imagens: GOOGLE.IMAGENS

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A PALAVRA "ABIF" E A BÍBLIA DE JERUSALÉM.

Palavras do Rei de Tiro, Hiram, em resposta ao pedido do Rei Salomão, quando da construção do Templo:

Agora, pois, envio {um} homem sábio de grande entendimento, {a saber,} Hirão-Abi, {ou Hirão, meu pai} 2 Crônicas 2:13

Abi ou Abif, é uma palavra composta das iniciais extraídas de outras quatro palavras: Aleph, Beth, Iod e Vav, todas hebraicas.

O alfabeto hebraico, é o alfabeto utilizado para a escrita em hebraico, que é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. Falada em Israel, foi criada por volta do século III a.C.

ALEPH - O primeiro som que o ser humano articula e a primeira letra do alfabeto.

Exprime a idéia de unidade e do princípio; designa a causa, a fôrça, a atividade, o poder, a estabilidade e o homem como unidade coletiva.

BETH - Designa o interior e ativo, o poder plasmante, o germe, a paternidade, o Criador, a habitação, o objeto central.

IOD - Quando vogal, simboliza a Divindade ( é o mais alto dos sons vogais); é imagem da manifestação potencial, duração espiritual, eternidade e do poder ordenador. Tornando-se consoante designa duração material.

VAU - Esta letra é como um nó que liga ou um ponto que separa o Ser e o Não Ser

Fonte: http://tipografos.net/glossario/alfabeto-hebraico.htm

A Maçonaria refere-se ao personagem bíblico Hiram Abif. A palavra Abif, significa "seu pai". É também, um título de respeito. O Rei de Tiro,

conforme decrito no início, ao se referir ao seu artífice, chama-o de "meu pai Hiram". No Livro de Crônicas, é chamado de "Seu Pai, Hiram Abiff".

O sobrenome resulta em seu título de honra; Nota-se também que os pensadores, os “doutores” em meio ao povo hebraico, eram chamados de "pais". Da mesma forma, o filósofo René Descartes é chamado de pai da filosofia moderna, os ingleses, dos pais do futebol, e, assim o Hiram Abif, é chamado na Bíblia, de pai da arte de forjar [fabricar,fazer] o ouro e outros metais nobres.

E, especificamente na Maçonaria, como o “pai da construção do Grande Templo”.

Cuidado! Não confundir com a figura paterna do pai biológico, e seu(s) filho(s).

Por isto mesmo, para evitar esses acidentes, é importante ressaltar, que ao se deitar os olhos sobre um texto, deve-se fazê-lo com muita atenção. A leitura deve ser atenta e com vistas à época em que ele foi escrito. Em outras palavras, deve-se entender o que se passava naqueles anos, a história daquele povo, o perfil do autor, seus costumes, suas crenças, sua língua...[Filologia]*

Para quem tem esta preocupação e quer chegar a um bom entendimento em suas pesquisas, como nós maçons que procuramos a instrução à margem das influências das crenças religiosas, sugere-se que a faça na Bíblia de Jerusalém veja por que:

A Bíblia de Jerusalém é a edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002) da edição francesaBible de Jérusalem, que é assim chamada por ser fruto de estudos feitos pela Escola Bíblica de Jerusalém. De acordo com os informativos da Paulus Editora, a edição "revista e ampliada inclui as mais recentes atribuições das ciências bíblicas. A tradução segue rigorosamente os originais, com a vantagem das introduções e notas científicas”.

Essas notas diferenciais em relação às outras traduções prestam-se a ajudar o leitor nas referências geográficas, históricas, literárias, etc. Suas introduções, notas, referências marginais, mapas e cronologia — traduções de material elaborado pela Escola Bíblica de Jerusalém — fazem dela uma ferramenta útil como livro de consulta, para quem precisa usar passagens bíblicas como referência literária ou de citações.

Os exegetas[críticos] apontam que o grande diferencial da Bíblia de Jerusalém é que, além da tradução dos originais do hebraico, aramaico e grego, existe a contextualização histórica, dentro do ambiente físico, ambiental e cultural relativo à época em que cada livro foi escrito. Trata-se de uma obra que representara "a união do monumento e do documento", de acordo com Lagrange, criador da Escola Bíblica de Jerusalém, unindo assim "a arqueologia, a crítica histórica e a exegese dos textos".

A Bíblia de Jerusalém é considerada atualmente, pela maioria dos lingüistas, como um das melhores bíblias de estudo, aplicável não apenas ao trabalho de teólogos, religiosos e fiéis, mas também para tradutores, pesquisadores, jornalistas, Filósofos e cientistas sociais, independente de serem católicos, protestantes, ortodoxos ou judeus, ou mesmo de qualquer outra religião ou crença.

Assim, fica melhor não é? Afinal, podemos tentar chegar ao conhecimento sem interferências. Mãos à obra.

Entretanto, sempre é bom ter em mente, que a Fé, é individual, não precisa de provas, e não deve ser discutida ou imposta; Mesmo porque, esta seria uma missão inútil.

Em outras palavras, FÉ é FÉ! E que DEUS nos ilumine e nos dê sabedoria, para sempre saber discernir o verdadeiro do falso, o bem do mal.

Que Assim Seja


*Filologia (do grego antigo "amor ao estudo, à instrução") é a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão história a partir de documentos escritos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO LOJA DELTA DO UNIVERSO, 98

A linha central do pensamento da Maçonaria é o bom senso ou a razão, e essa é a nossa pedra fundamental.

A pedra que, possibilitaria aos doze maçons fundadores a capacidade de discriminar o verdadeiro do falso.

Acreditamos que esse pensamento, nos qualifica na eterna caminhada pela busca do conhecimento, independentemente de cor, crenças políticas e religiosas. E isto, certamente nos faz iguais, fraternos e solidários.

E, por esta razão, entendemos que era a coisa do mundo mais importante a ser compartilhada, por todos nós.

A razão é igual em todas as pessoas e, portanto as igualam, já, as opiniões a diferenciam. Haja visto, as guerras e confrontos, em todas as áreas de convívio dos homens em sociedade, nascidas em função dos preconceitos, formados às margens do crivo da razão.

Em função deste panorama, é que nós Maçons, procuramos construir um método que pudesse guiar-nos. Diferentemente da opinião, crença ou costumes de cada um.

Para tanto, bastaria àquele que se dispusesse formar o grupo de fundadores, segui-lo, abandonar suas opiniões e entregar-se a investigação científica com base nas Instruções Clássicas propostas pela Maçonaria Simbólica do e nos complementos do Sistema Instrucional bem sugerido pela Grande Loja de Santa Catarina.

O método permitiria construir um edifício forte e sustentado por colunas indestrutíveis, pois se fundaria na razão e na instrução.

Este edifício seria primeiramente experimentado pelo grupo dos doze irmãos, através de sua livre investigação da verdade e de sua instrução própria.

Somente então, sistematizado em um método próprio, seria colocado a disposição de novos membros. Entretanto, de forma lenta e tranquila.

Em outras palavras, porque acreditamos na paz e na tranquila, como o melhor ambiente para realizar o nosso trabalho.

Parabéns a todos vocês meus queridos irmãos... Apesar da distância de setecentos quilômetros que nos separam nesta data, em função de minhas atividades profissionais e acadêmicas, estarei presente por força de nossa ideologia e pelo envolvimento sensível de nosso espírito. E por tudo o que nos une, como verdadeiros irmãos.

PAZ, SAÚDE, ALEGRIA e PROSPERIDADE A TODOS!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A LINGUAGEM E O HOMEM!

"Primeiro o trabalho, e depois dele e com ele a palavra articulada, foram os dois estímulos principais sob cuja influência o cérebro do macaco foi-se transformando gradualmente em cérebro humano – que, apesar de toda sua semelhança, supera-o consideravelmente em tamanho e perfeição". Engels (s.d., p. 272)

Da criação dessa base material para a fala e desta para a criação de um sistema de signos, significado e sentidos da palavra, muito se passou.

Assim, pela linguagem, instrumento simbólico e elemento mediados na “ atividade humana material externa”, o gênero humano conquistou a capacidade de comunicação, de registro e sistematização da prática socialmente elaborada, contribuindo, deste modo, para o desenvolvimento da “atividade humana mental interna.”

Ainda fundamentado em Marx, Leontiev* defende que o psiquismo humano, desde seu nascimento e por toda sua vida, se forma pelo desenvolvimento de atividades ditas: material externa e psicológica interna.

Isto porque, segundo o autor, a estrutura da atividade está organizada pressupondo:

"A existência de um sujeito que atua sobre um objeto e é impulsionado por motivos para a realização de um objetivo".

Movida pelos objetivos, a atividade é sempre orientada para algo ou alguém, como um movimento resultante das necessidades (ou interesses) internas e externas dos sujeitos.

Para Leontiev, toda atividade humana se origina de necessidades materiais (concretas) e de necessidades ideais (abstratas).

A mediação como unificadora da relação entre sujeito e objeto, ocorre pela utilização de instrumentos, que viabilizará a transformação no meio material, entre o homem e a natureza (externo) “de fora”.

O signo assume um sentido contrário, ou seja, (interno) “de dentro”, dirigido ao domínio do próprio homem. Serve de veículo para as operações psíquicas.

Já a Linguagem, constitui o mais amplo sistema simbólico existente, tratando-se como o principal instrumento mediador entre o o sujeito e o mundo objetivo, no processo de constituição do psiquismo humano.

Descrever sobre o Psiquismo Humano, é um grande trabalho, já que demanda de um grande esforço de análise do homem; para iniciar a busca, penso que bastaria iniciá-la pelo próprio interior do homem, e que portanto bastaria auto conhecer-me; "o conhece-te a ti mesmo" do Templo de Delphos.

E aí reside o grande problema, pois o que sou, foi determinado pela atividade que realizei em toda a minha existência humana; a forma como estabeleci uma intercessão com a vida, que vai muito mais além de analisar simplesmente quais os instrumentos que utilizei, mas também quais as transformações que provoquei no meio físico e que tipo de transformações internas, psicológicas, mentais, ocorreram.

Isto compreendido, em função dos signos que me foram apresentados ou escolhidos e da linguagem que fundamentou e desenvolveu a natureza de minhas funções psicológicas superiores.

Contudo, posso concluir que os aspectos citados aqui, quando dissecados, observados, analisados de forma científica, quase matemática, esclarecem profundamente por que os homens são diferentes entre si, no quesito “sujeito x sociedade”.

E esta análise prova e demonstra muito bem, como compreender o Psiquismo de cada um, baseando-se no estudo da Atividade, mediação e linguagem desenvolvida e/ou imposta pela vida em sociedade de cada homem.

E, vale obervar também, a influência do "mundo maçônico" , na vida dos maçons, já que por definição: "A Maçonaria é uma escola de moral, ilustrada por símbolos e velada por alegorias".

É uma pena que nossos governantes não levem isto muito a sério; E a maioria prefira governar uma sociedade, composta por uma parte de eleitores como o do homem da figura acima. Que tendo vivido às margens da sociedade, resta-lhe agora, entregar-se a um profundo diálogo com o Drumond de bronze na praia de Copacabana...

Faltam nove dias. Que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine.

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Friedrich Engels (Barmen, 28 de novembro de 1820Londres, 5 de agosto de 1895) foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo. Escreveu livros de profunda análise social. Sem dúvida nenhuma, Engels foi um filósofo como poucos: soube analisar a sociedade de forma muito eficiente, influenciando diversos autores marxistas. fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Engels

Alexei Nikolaevich Leontiev (em russo: Алексей Николаевич Леонтьев) (19031979) foi um psicólogo russo. A partir de 1924, depois de graduar-se em Ciências Sociais, aos vinte anos, Leontiev passou a trabalhar com Lev Vygotsky. Foi relevante a sua participação na proposição de construção de uma psicologia cultural-histórica. Morreu de ataque cardíaco em 1979.

OBS: Todas as fotos deste blog, são extraídas do GOOGLE.IMAGENS

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O QUE MUDOU ?

Escrevi o desabafo abaixo quando das Olimpíadas de 2008. Nada mudou. Somente o técnico da Seleção Brasileira de Futebol e a Marta que está no Brasil. Entretanto, podemos mudar o chefe da nação no próximo dia 31 próximo. Pense bem! Vale a pena, reler, relembrar e refletir...

Ponderações a distância (de Pequim).

Para fazer valer nas urnas.

A postura do atleta caracteriza-se pela humildade de quem convive com os treinos diários; pela dúvida constante nos resultados, crítica dos técnicos e da imprensa diante de seu desempenho, luta e sacrifícios que faz no seu dia-a-dia. A essência do Esporte é doar-se e buscar seu próprio limite. Medido pelo tempo que crava em seu desempenho, ou simplesmente pela nota ou pelos pontos que lhe atribuem ou ainda pelos gols que converte. A verdade,é que não dá mais para agüentar tantas lágrimas e decepções dos pobres e desamparados atletas brasileiros, como aconteceu nas olimpíadas de Pequim.

Não sei quantas vezes ouvi frases emocionadas como estas: “O importante é levantar a cabeça e continuar a luta. Porque daqui há quatro anos tem mais” Que luta é essa? Uma luta amparada pelo que? Por quem? As últimas que se ouviram na televisão foram demais:

“Eu fiquei sabendo que viria uma semana antes. Por isto vim para me divertir”. Disse o triatleta brasileiro Juraci Moreira, 29 anos.

A injustiçada Fabiana Murer enfatizou: “Na China não volto mais.” Eu, particularmente queria ver se tivessem sumido com a vara de uma Cubana.

O ginasta brasileiro Diego Hypólito, em lágrimas, declarou : “Sou de carne e osso. Acreditaram em mim. Por isto peço desculpas.” A sua cabeça ruiu, por que os malditos governantes do esporte neste país, não percebem que o Diego não é só de carne e osso, é mente também, e precisa de sustentação psicológica. E não precisamos invocar o filósofo Descartes para entender isto.

O nadador César Cielo, com seu 1.87m quase desapareceu entre as câmaras, como disse a ESPN, “é o atleta mais assediado no País”. Razão: uma medalha de Ouro. Só que ele mora e estuda nos Estados Unidos, na Universidade de Aurbun e lá realizou seus treinos, financiado por seus familiares. Eu ia escrever “Pais”, mas fiquei com medo de confundirem com “País" cuja diferença não é somente o acento agudo, é muito mais... Pois é Cielo, realmente conseguir uma medalha de ouro, neste país de Lula e Cia, só como Herói. E ainda você tem que suportar o prefeito de joelhos, na sua recepção. Que bom seria se você pudesse ter lhe dado uma braçada; Uma daquelas que você usou em Pequim, bastava. Mas, vamos deixar para as urnas, lá pode.

E você querida atleta Natália Falavigna de Londrina. Uma linda lutadora na pura concepção da palavra, que pede e agradece a Deus pelo seu sucesso. Quem sabe agora vão te chamar pelo nome certo e aplaudir quando você entrar em um restaurante na sua cidade e não apenas quando da entrada do apresentador Galvão Bueno. Parabéns pela medalha de bronze, ganha no grito, no talento e no esforço pessoal. Porque no Brasil é assim, só no grito, e no berro. E como você gritou e lutou! Parabéns querida!

Marta e Companhia que bom vê-las dando um show. Você que jogava com os meninos na rua, e era xingada e maltratada. Tantos gols e dribles você fez, que acabou encontrando seu lugar no mundo do futebol, mas no mundo lá de fora é claro. Por que aqui você só encontrará um lugar em uma foto ao lado de algum político mal feitor. E apesar de tudo ainda nos dá a honra de vestir-se com a amarelinha. Nós te Amamos Marta.

No futebol masculino, além da vergonha, leiam e relembrem o que o Dunga andou dizendo:

Agora aprendemos que é necessário muito trabalho para vencer” - (Só agora?)

“Vou continuar o mesmo trabalho, entretanto com mais pressão” - (O mesmo?)

Dunga não se engane. Pare de se iludir. A CBF e este país, não dão a mínima para os times brasileiros, e os jogadores também só encontram espaço e reconhecimento lá fora, para que muitos, lucrem muito, nas transações milionárias. Quando vestem a nossa amarelinha, vestem sabe-se lá por que, na última hora, quase na véspera... e o pior, encontram com você como técnico, retrato do fracasso no planejamento do esporte nacional. E que declaração foi aquela, em que você disse que iria sair e levar a turma toda para fora da Vila Olímpica caso fosse para a final? Que infelicidade Dunga! Outra coisa, você declarou também que naquele 1 x 1: “...a grama do estádio era ruim, e os jogadores foram prejudicados, e tiveram que jogar como mulheres...” Não diga tanta asneira, Dunga! Eles não jogaram como mulheres, não. Se o tivessem feito, nós teríamos orgulho, aliás, muito orgulho! Assim como temos delas. Ah! E COMO TEMOS!!!

“O que vale é competir e não vencer”, famosa frase do Barão de Coubertin..(470-399 a.C.). É o lema das Olimpíadas. Sábia ou apenas um acalento? Talvez dê para traduzir: “O que vale é a atitude e não a Medalha”. Sei lá;

No entanto, acalento, só nos resta um: A Argentina foi pior. Com todo o respeito aos nossos Hermanos; Mas, valeu Maradona! Talvez o Pelé na próxima, vá assistir aos nossos jogos também... E, então, você não precisará esforçar-se para reanimar o Ronaldinho. O papel será dele...

QUEM SABE, NAS URNAS, DESTA VEZ, NÓS SAIBAMOS O QUE FAZER. QUEM SABE?

Por Nélson Machado, no inverno do ano 2008 em Florianópolis-SC.