terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Cético

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O Cético põe em dúvida a existência de um mundo exterior e toma como locomotiva para alcançar esse intento, em primeiro lugar “o princípio da dúvida hiperbólica” : Ela consiste em deixar de lado a dúvida gerada por uma decisão e não por uma experiência; Em exagerá-la com o objetivo de engrandecer ou diminuir a realidade, para que produza maior impressão e, finalmente, considerar como falso o que antes criou uma dúvida e enganador o que alguma vez enganou.

Em segundo lugar, o cético destaca como primeiro grau da dúvida ,”os argumentos do erro do sentido” , pois são os responsáveis pelo nosso contato com o mundo exterior: a visão, audição, tato, olfato e paladar, agentes de impressões sensoriais, e que portanto, podem iludir, forjar ou causar uma distorção em nossa relação com o mundo, entendido então, como aparente.

O argumento do sonho, segundo grau da dúvida, é de suma autoridade para o cético, pois não são poucas as vezes, que ao acordar de um sonho, o fazemos com a nítida impressão de que, estávamos vivendo a realidade. O que por si, leva a contrapartida dessa sensação que é, também duvidar da impressão de realidade percebida na rotina do dia-a-dia.

Finalmente, Descartes apresenta também em sua Primeira Meditação, o argumento do Cético com base na função do Deus enganador e do Gênio Maligno; assim chamados, porque estão ligados ao campo psicológico, distorcendo fenômenos e atividades mentais, nas relações com o mundo exterior, levando o cético a dúvida extrema.

Obs.: Descartes não era um cético, apenas usou os argumentos do Ceticismo em sua obra, "Meditações de Filosofia Primeira", para demonstrar que não temos como provar existir um mundo exterior a nós.

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René Descartes 31 de março de 1596 11 de fevereiro de 1650), foi filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução Científica.


Um comentário:

Milton disse...

Ir.´. Nélson,
Realmente a impossibilidade de provar a existência de um mundo exterior, é impressionante. Como no caso dos loucos, que com suas percepções mentais alteradas, vivem em seu próprio mundo. E os drogados?
Que bom são esses textos que provocam nossas reflexões, abraços
Ir.´. Milton Cardoso MM