quarta-feira, 15 de setembro de 2010

FALANDO DE EDUCAÇÃO (3)


ESTOU COMEÇANDO (NOVAMENTE) A FICAR P... COM O CAPITALISMO!

Ou simplesmente, revivendo os anos 60/70.

Assim como nas pedagogias liberais, a Escola Nova, não se contrapõem ao sistema político e econômico praticado no Brasil, e traça seu plano de trabalho na educação, visando os interesses do capitalismo. Por outro lado, opõem-se severamente ao ensino religioso, predominante na pedagogia tradicional, e implanta no ensino público a pedagogia liberal.

Outra característica importante é o papel da escola, enquanto integralizadora do indivíduo na sociedade; contudo, sem a tentativa de reformulá-la, mantendo-se o regime capitalista predominante. Desta forma, a Escola Nova, não substituiu a escola tradicional e manteve a essência da pedagogia liberal, que coloca a escola na posição de preparadora dos indivíduos para cumprir papéis sociais, adaptando-se, porém as regras vigentes na sociedade que, não leva em conta a desigualdade de condições e mesmo assim difundi a idéia de igualdade de oportunidades.

Precisamente por isto, prevalecem os diferentes tipos de educação, dividida em ensino público e particular; o primeiro preparando o aluno na educação elementar e o capacitando para o trabalho como característica da pedagogia liberal e o segundo, o ensino dito “elitizado “ com base na educação cultural e que conta com maiores recursos traduzidos em laboratórios, oficinas, professores mais capacitados e ambientes que possibilitem as atividades práticas e em grupo, conseguem potencializar as qualidades individuais de seus alunos, preparando-os para se tornarem empreendedores e novos líderes; entretanto, respeitando e se adaptando ao ambiente sócio-econômico predominante na sociedade capitalista.

FALANDO EM EDUCAÇÃO (2)






MAS, UM GRUPO DE INTELECTUAIS TENTOU! PORÉM...

...essa maneira de entender a educação, por referência à pedagogia tradicional, tenha deslocado o eixo da questão pedagógica do intelecto para o sentimento; do aspecto lógico para o psicológico; dos conteúdos cognitivos para os métodos ou processos pedagógicos; do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a espontaneidade; do diretivismo para o não-diretivismo; da quantidade para a qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência da lógica para uma pedagogia de inspiração experimental baseada principalmente nas contribuições da biologia e da psicologia. Em suma, trata-se de uma teoria pedagógica que considera que o importante não é aprender, mas aprender a aprender. […](Saviani, 1980)

O papel da Escola Nova é adequar o ambiente escolar à aprendizagem, seguindo o lema, “aprender fazendo”, que privilegia as aulas práticas e a experiência do aluno em primeiro plano. Já o professor, afasta-se do centro do ensino e somente supervisiona as atividades dos alunos que trabalham em grupo, e constroem suas idéias. Ao contrário da Escola Tradicional, o professor não é mais o transmissor de conhecimento, mas sim o coordenador do estudo e pesquisas dos alunos, que buscam descobrir o conhecimento de forma autônoma.

O Método de ensino baseia-se em priorizar a questão pedagógica passando em primeiro lugar pelo sentimento e não mais pelo intelecto, valorizando muito mais os processos pedagógicos em uma escola que deve estar totalmente equipada com laboratórios, oficinas, instrumentos e ambientes que possibilitem as atividades práticas e em grupo.

Este método leva o aluno ao interesse na aprendizagem autônoma e na espontaneidade em contra posição à disciplina rígida que caracteriza a escola tradicional. Contudo, este tipo de escola não conseguiu, alterar expressivamente o panorama nas escolas. Tal situação ocorreu, na necessidade de altos investimentos financeiros, para implantação do cenário escolar necessário que pudesse receber as novas idéias. Isto somente foi possível realizar, na forma de escolas modelos/experimentais, e principalmente nas escolas particulares destinadas a pequenos grupos de elite.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

FALANDO EM EDUCAÇÃO (1)

SE VOCÊ TEM MINHA IDADE, VIU E PASSOU POR ISTO!

Esta foto remete à Escola fundamentada na Pedagogia Liberal Tradicional. O Papel dessa escola é a comunicação de conhecimentos universais, com o objetivo do preparo intelectual e moral, de seus alunos, visando posicioná-los na sociedade.

No entanto, o caminho escolhido pelo Professor para o ensino, é o de “mão-única”, aquele em que, o mestre coloca-se no centro do “tabuleiro”, considera-se como detentor de todo o conhecimento, e por isto mesmo, age como o único transmissor. Por outro lado, o aluno, tem a missão de receber toda a informação e a obrigação de memorizá-la, sem o direito de questioná-la ou debatê-la.

Esse método de ensino, centralizador é caracterizado pela simples exposição, aplicação de exercícios e leituras de conteúdos que devem ser obrigatoriamente decorados. Este método permite ou estabelece que o aluno deva ser examinado periodicamente, por meio da aplicação de provas que podem ser apresentadas na forma escrita ou oral, onde ele deve apresentar respostas às questões pertinentes aos temas expostos pelo professor em aula.

Estas respostas têm como base os conteúdos memorizados, bastando que ele, nas avaliações, reproduza os conteúdos que decorou. Estas avaliações tem como objetivo escolher aqueles que poderão ir em frente. Àqueles que não obterem a nota mínima exigida pelo colégio, restará a repetição de todas as disciplinas no ano que se segue.

A pedagogia liberal tradicional, ainda é vista em alguns colégios, principalmente da rede pública e traz sobre as suas costas a arrogância da concepção magistrocêntrica, e, ao mesmo tempo, a ingenuidade, demonstrada na presunção daqueles educadores que consideram o conhecimento, um objeto que pode ser arremessado, atirado, ou para utilizar um jargão popular: “enfiado goela abaixo”;

Lamentavelmente, acabam por resumir a arte de ensinar, a um ato que repousa muito mais na disciplina, do que na busca do entendimento pelos caminhos do estudo, debate, reflexão e introspecção, realizada individualmente e a partir do mestre que inspira, que serve de exemplo e que encanta.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A ÉTICA DISCURSIVA E A UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS

No mundo Contemporâneo, a Ética Discursiva do filósofo/sociólogo alemão Jürgen Habermas(1929), pode guiar os debates sobre questões polêmicas como a utilização de células-tronco embrionárias:

Veja uma breve explicação das regras chamadas pelo filósofo de "Pretensões de Validade" e que seriam úteis em uma discusão pelos membros de uma comunidade composta por pessoas que apresentam seus pontos de vista morais uns aos outros e os justificam:

1. A pretensão de inteligibilidade - É inteligível é algo que se compreende bem. Que é relativo à inteligência. Em filosofia, dizemos que é algo que se conhece pela inteligência ou pela razão em oposição ao conhecimento sensível.

2. A pretensão de verdade - Deve ser possível comprovar se alguém está falando a verdade pela análise daquilo que está sendo dito.

3. A pretensão de correção - distingue-se da pretensão de verdade por não possuir um conteúdo fático, mas é semelhante no sentido de que o falante deve estar dizendo algo normativamente correto.

4. A pretensão de sinceridade (veracidade) - Os participantes devem expressar de forma honesta os argumentos que apresentarem e possuírem boa-fé, acreditando na necessidade de sua implementação.(UNISUL, 2010 P. 45)

Com relação à pesquisa com células embrionárias humanas, argumenta-se que ela ofenderia os preceitos constitucionais que garantem a vida e a dignidade humana.

Ainda, segundo as igrejas, utilizar embriões para a extração de células-tronco é como se fosse praticado um assassinato, já que o processo destruiria o embrião. Porém, os principais defensores das pesquisas com as células-tronco, os médicos e especialistas, declaram que, quando obtidas ainda embrionárias do líquido amniótico que envolve o feto durante a gestação não destruirão o embrião.

Esta posição tem mais chances de um consenso, pois, ao invés de causar dano, poderá levar a combater inúmeras doenças e beneficiar milhões de pessoas com a cura de enfermidades atualmente fatais.

Além disto, o consenso em questões polêmicas, como esta mencionada acima, conta no Brasil, com um ponto positivo na sociedade. O brasileiro possui uma característica pacífica e dada ao diálogo e, portanto, a Ética do Discurso, encontra aqui um ambiente propicio ao acordo popular. Some-se a isto também, a vida moderna, a freqüente busca por uma vida de qualidade, o acesso à informação, o mundo globalizado e a crescente participação das mulheres e dos jovens na sociedade ativa.

E mesmo em que pese, as bases religiosas manterem uma posição contrária, o tema encontra no Brasil um povo aberto ao debate. Deste modo, a ética contemporânea ajuda e muito, ao considerar a aplicação das “Pretensões de Validade”, ou seja: os argumentos apresentados nos debates podem ser inteligíveis, verdadeiros, corretos e honestos; Já que, o argumento de defesa, por partes dos cientistas, apresentado acima, tem as maiores chances de atingir o consenso esperado.