sexta-feira, 29 de abril de 2011

O QUE A MINHA LOJA ENSINA, É O QUE O NEÓFILO QUER APRENDER ?

Posso reconstituir um retrato crítico, apresentando algumas facetas de cada sessão em câmara de instrução, como pequenas faces regulares de uma pedra lapidada.

Em outras palavras: a pedra a ser trabalhada, é apresentada na figura do neófilo que, deve projetar-se além do templo [profanun].

O mestre como o mediador de Paulo Freire(1), deve personificar-se definitivamente, como aquele que, ao invés de transmitir conteúdos, mobiliza-os com o objetivo não apenas de alcançar o neófilo, mas, de inspirá-lo a se voltar à pesquisa, ao pensamento, ao estudo, ao debate e à reflexão crítica.

Para tanto, deve entender a complexidade do ensino, a partir do entendimento do sistema instrucional e da análise dos elementos que compõem a organização do trabalho pedagógico.

Desta forma, aplicando o conceito e o currículo adequado ao ensino maçônico, refletir acerca do planejamento da leitura das instruções clássicas, dos debates dos complementos e facículos e, finalmente compreender, o conceito pedagógico do sistema histórico filosófico aplicado à maçonaria.

Como fórmula de possibilitar tal emprego ao ensino maçônico, deve o mestre, aplicar a “ignorância socrática”, ao refletir sobre si próprio[nosce te ipsum], na busca de conhecer-se melhor e encontrar motivação para renovar esforços em direção ao estudo e a busca de novos conhecimentos.

Finalmente, o mestre deve cercar-se do pensamento e do trabalho coletivo, contraposto ao individual, e sob a sua liderança - agora renovada e atual - trabalhar incansavelmente para encontrar uma resposta à impiedosa, mas salutar questão:


O que a minha loja e eu ensinamos,
é o que o neófilo quer aprender?

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Paulo Reglus Neves Freire (Recife,1921São Paulo,1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história dapedagogia mundial[1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A EDUCAÇÃO E A RÉGUA DE 24 POLEGADAS



O Planejamento Participativo ou em outras palavras - sua opinião vale muito e vamos construir coletivamente a realidade – remete nitidamente à preparação de um projeto, cujo sucesso, dependerá essencialmente da sua organização.

As palavras de Pat Tillman(1): “Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações”, descrevem claramente o caminho a ser seguido pelo educador.

Ao determinarmos o objetivo a ser alcançado, reunir o material necessário e planejar nossas atividades dividindo as 24 horas de nosso dia,(Ap\M.\) em períodos que favoreçam: o descanso, o trabalho, a pesquisa/estudo, a reflexão filosófica, e outras ocupações necessárias ao bom funcionamento de nosso organismo e do intelecto, certamente nos auxiliará a suportar a longa caminhada que separa o objetivo da meta.

Assim, preparar para vencer, acompanhar os esforços, insistir, motivar, influenciar através da atitude pessoal e profissional, acreditar que há mais potencial do que julgamos existir, permutar o pensamento único pelo coletivo, considerando-se sempre que a sabedoria está em corrigir falhas e não em encontrar o culpado,(M\M\)levará a educação – estudar, pesquisar, debater – ao resultado que tanto se busca: o aprendizado.

Sem a pretensão de resumir, mas com a intenção de melhor explicitar a linha central do texto que é o de entender que para alcançar algum lugar, temos que seguir um planejamento e este deve ser sistemático, posso, por exemplo, iniciar-me a partir destas perguntas:

1. Onde quero ir?

2. Qual o caminho que devo seguir?

3. Quais os materiais que precisarei reunir?

4. Quanta energia estou disposto a empregar nessa excursão?

5. Quanto tempo vou dispor para essa caminhada?

6. E finalmente, a reflexão filosófica: ESTOU PREPARADO?

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(1)Ex-jogador de futebol americano, morto na guerra de 2004 no Afeganistão.


terça-feira, 12 de abril de 2011

INOVAÇÕES E PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: UMA RELAÇÃO REGULATÓRIA OU EMANCIPATÓRIA?


A visão da autora, apresentando um Projeto Político Pedagógico sob a ótica da inovação emancipatória ou edificante é instigante.

Afinal, criar regras, leis e regulamentos com o objetivo de se propor, ou melhor, de se impor um Projeto de Educação que será julgado a partir dos indicadores de desempenho e avaliação de resultados, deixando, porém, de fora, os professores, alunos e servidores técnico-administrativos, parece desarticulado e distante do sucesso, em função de seu principal eixo que é a "imposição" e o afastamento dos elementos necessários à construção.

Por outro lado, a proposta defendida pela pesquisadora da UNICAMP, Ilma Passos Alencastro Veiga[1], sob o tema:

INOVAÇÕES E PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: UMA RELAÇÃO REGULATÓRIA OU EMANCIPATÓRIA?

Remete a uma reflexão educacional importante, pois proporciona a união de todos os protagonistas da escola, os professores, alunos e servidores, ao redor do mesmo objetivo: a construção, a inclusão, o diálogo e a cooperação, na busca pela qualidade de ensino assumindo a liberdade e o andar com as próprias pernas. Isto porque, possibilita que todos os envolvidos na educação possam também se subdividir em grupos na execução de projetos menores, no entanto, integrantes do projeto como um todo.

Assim, o PPP na visão Emancipadora, apresenta-se como um projeto que inova sem romper, mostra o novo sem criticar o velho, articula-se ao que já existe e fornece um bom conjunto de instrumentos na busca da qualidade no ensino básico e superior na escola pública, privilegiando o ser, o saber e o agir.

A proposta pode ser lida no site abaixo:

http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v23n61/a02v2361.pdf



[1] Doutora em Educação pela unicamp; pesquisadora associada sênior da Faculdade de Educação da UNB; professora visitante da FACED/UFU e pesquisadora do CNPQ.