segunda-feira, 25 de junho de 2012

JUSTIÇA X MEDO. E O JAMES HOLMES?

O Homem pratica a justiça, por medo do castigo?

Analisando caso se responda abruptamente: SIM.
A humanidade estabeleceu muito cedo essa cultura. Desde os primórdios a sociedade se organizou em torno das punições como forma de praticar a justiça. Em um país de formação católica como o Brasil, a situação ainda se agrava; Adquiriu-se através da leitura dos textos das escrituras sagradas, o costume da aplicação do castigo -  principalmente com a morte - a todos aqueles que infringissem a lei: do homem civil, do estado ou de Deus. Na idade média, por exemplo, os relatos históricos dos julgamentos da “santa inquisição”, que terminavam por atear fogo em praça pública, de seus réus, são uma forte evidência. Entretanto, ao pensar, surge outra questão: Se assim é, por que ainda vivemos num mundo repleto de violência? Se deitarmos os olhos apenas por aqui nas Américas, vamos constatar que apesar da pena de morte aplicada pela justiça nos EUA, a sua população carcerária ainda é enorme! E isto coloca em dúvida a afirmação no início do texto. Em outras palavras, o medo da punição, na América do Norte, de ter sua vida arrancada por meio de uma injeção letal, deveria conduzir todo e qualquer americano a não cometer, pelo menos, o crime de homicídio. Contudo, as notícias mostram um aumento agravante deste tipo de delito; vejam o caso "James Holmes". O que nos leva a concluir que, o filósofo grego Platão, estava repleto de razão ao afirmar que a justiça não pode estar fundamentada no medo da punição. Ou seja, para ele não há sentido, de que os homens deixariam de cometer injustiças, por medo dos castigos. A justiça, segundo o filósofo, é norteada pela razão, e não se apoia sobre uma paixão: o medo. Deste modo, parece claro, que as ameaças de castigo e criação de leis, cada vez mais voltadas à punição, não reduzirão os crimes cometidos diariamente em todo o planeta. Pelo contrário, se voltarmos nossa atenção à educação, e a aplicação prática e igual dos direitos humanos e estendê-los a toda humanidade, certamente realizar-se-á o pensamento do filósofo ateniense. Por fim, é a Igualdade, Fraternidade e Solidariedade.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

DIREITO À EDUCAÇÃO!

          A falta de informação causa desconhecimento de direitos, sejam eles da cidadania e do direito à educação, como pretendo abordar neste texto. E, este paradoxo, já que estamos a viver o século da informação, indica que o contexto atual da política neoliberal vigente no Brasil continua a mesma, ou seja, a levar as classes dominantes a utilizar a educação escolar privada como instrumento de preparo de seus alunos para ingressar no mercado; E vou mais longe, prepará-los para o empreendedorismo nesse mercado. Enquanto, cabe a escola pública o preparo da classe popular para o trabalhado servil. Além disto, historicamente e de forma mais explícita durante o regime militar, não se permitiu que o cidadão tivesse acesso ao conhecimento científico e filosófico impedindo que desenvolve-se a capacidade de refletir criticamente.
          Para piorar, ao impedir acesso à informação, de pouco valeu, o princípio de igualdade garantido pela Constituição Federal, já que os preconceitos sempre prevaleceram acima das diferenças sociais, religiosas e da etnia.
          Concluindo e retornando a questão: Por que a escola pública não prepara o aluno para a entrada no mercado de trabalho? Eu penso que ela não prioriza o mercado de trabalho como principal objetivo. Até por que não consegue; ao contrário da escola privada, dita particular, que investe na formação científica de seus alunos de forma intensa e acumulativa, a escola pública se vê obrigada a envolver grande parte de seu tempo na preparação de seus alunos para a cidadania social; ao refletir e buscar há todo momento, o desenvolvimento ético e moral. E, explico: isto se dá em parte, porque o aluno da escola pública muitas vezes vive em famílias desagregadas e de baixa renda, e procura no seio da escola um abrigo para seus desencantos.
          Deste modo, o esforço e investimento dos professores e administradores da escola acabam por dividir o espaço escolar; por um lado, no o ensino do conhecimento científico e, por outro na formação de cidadãos, em grande parte desamparados pelo estado, pela família e pela sociedade.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA! LEMBRA ?


Eu vivi a ditadura militar. Ainda hoje sinto a repressão presente em minha formação. Principalmente aquela aplicada na escola por parte dos professores e diretores e executada pelo exército e polícia Militar que perambulavam ostensivas pelas ruas. (foto ao lado mostra o que acontecia àquele que se esquecia das aulas).
          Mas, também viviam os estudantes e alguns professores que divulgavam a duras penas pelos corredores das escolas e pequenas reuniões furtivas, os antídotos do mal que crescia exponencialmente na sociedade.
Porém, alterando o foco romântico, e nem um pouco saudosista, vou deitar os olhos, sobre o assunto, desta vez sob o ponto de vista histórico.
Nota-se a influência do Positivismo já nos anos de 1870: Um modelo de educação que foi assimilado pelo sistema educacional brasileiro já durante o período Imperial, quando Rui Barbosa passou a defender a idéia que caberia a educação, sobretudo, disciplinar e formar para o trabalho, quando foi instituída nas escolas a educação moral e cívica.( Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 1, Volume ago., Série 21/08, 2010, p.01-10)
Como se lê no trecho pesquisado acima, a “Educação Moral e Cívica” já era posta em prática no século XIX. Mas, em 12 de Setembro de 1969, a Lei 869, estabeleceu como disciplina e prática educativa obrigatória, as aulas de moral e cívica, em todas as escolas brasileiras. A finalidade principal era o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana e o aprimoramento do caráter. Este apoiado na moral e na dedicação à família e à comunidade. Além disto, o cidadão deveria através da disciplina, ser preparado para o exercício das atividades cívicas, sempre fundamentado na moral, no amor à pátria e na ação construtiva.
Entretanto, contrapondo-se a nobre missão, o que se vivia era o adestramento e catequização das pessoas, através de uma disciplinada relacionada às determinações políticas e econômicas daquela época. As reformas educacionais tinham como fundamento, auxiliar a alcançar os objetivos dos que se encontravam no poder. Em resumo: necessidade do progresso econômico dependente do capital externo e a manutenção do regime militar.
Isto levava a população em geral a ser bombardeada com conteúdos sempre adequados aos desígnios do governo militar. As escolas tentavam permanentemente convencer os estudantes que os militares eram os únicos que poderiam sustentar a democracia e impedir a ameaça do comunismo. No entanto, uma democracia onde não havia espaço para contestação de qualquer natureza.
É claro, que a intenção deveria ser estimular a reflexão do pensamento voltado aos valores éticos e morais. Contudo, a intenção foi distorcida e trocada pelas apresentadas acima. Atualmente, me parece que a missão é mais apropriada a Filosofia. Disciplina arrancada pelas raízes, de todo ensino no Brasil, pelo mesmo governo militar. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ABORDANDO A MATÉRIA DE FILOSOFIA.

  É nítido no FORUM, se iniciar as postagens ou abordar o tema, apontando as formas como um professor não deve limitar a matéria de Filosofia. Quero utilizar este espaço, no melhor formato do Filosofar. Ou seja, refletindo de forma crítica. E ao fazê-lo direciono-me como um autômato a abordagem temática: já que esta é forma de ajeitar a filosofia como um esforço de reflexão sobre problemas, que neste caso em específico, desafia a consciência de cada um de nós, candidatos a professores.
        Assim sendo, pergunto a minha consciência: Por que apontar o contrário do que se quer, para se chegar ao desejável? Observa-se através de uma leitura cuidadosa do mesmo texto: a importância de sistematizar o estudo da Filosofia, de se observar os registros da cultura e da evolução do pensamento humano, de se refletir filosoficamente sobre as idéias de cada pensador e de como é o caso aqui, da reflexão crítica aplicada a temas/problemas apresentados na vida prática de cada aluno.
        Em outras palavras, às vezes me parece estar a ler, que discutir, por exemplo, o programa apresentado pela rede Globo de televisão, “Big Brother”,  pode levar os alunos a vivenciar o verdadeiro filosofar. Essa abordagem temática por si só é ingênua. Somente será um forte instrumento se sobre ele o mediador se debruçar inteiramente na soma das diferentes abordagens: A Sistemática, Histórica, Textual e Temática. Não há outra forma.
        Concluindo, se for possível, que se aclame o mediador e o estudante em contrapartida ao professor e aluno. Que se fale e se escreva apenas a partir da idéia dos dois primeiros e se sepulte definitivamente, no tempo, os outros dois. E a partir daí, se iniciar uma caminhada de busca do entendimento na abordagem a Matéria de Filosofia.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A RAPOSA E AS UVAS


Os meios de comunicação e as tecnologias da informação significam para a escola em primeiro lugar isto: um desafio cultural, que torna visível a distância cada dia maior entre a cultura ensinada pelos professores e aquela outra aprendida pelos alunos. Pois os meios não só descentram as formas de transmissão e circulação do saber como também constituem um decisivo âmbito de socialização através dos mecanismos de identificação/projeção de estilos de vida, comportamentos, padrões de gosto. É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade. (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22).

É clara a dissonância cognitiva, cada vez mais crescente, entre o aluno e o professor. Ou sendo mais específico, entre como o aluno deseja aprender e como o professor quer, já que faz uso de métodos emergentes da pedagogia tradicional liberal. Considerando-se o texto de (Martin-Barbero, apud CITELLI, 2004, p. 22) principalmente quando diz: “É apenas a partir da compreensão da tecnicidade mediática como dimensão estratégica da cultura que a escola pode inserir-se nos processos de mudanças que atravessam a sociedade.”  É que se compreende o panorama que se vem formando a partir desta nova cultura. No inicio, foi a televisão. Ela teve e ainda tem um papel, cuja importância é indiscutível na formação da cultura do povo brasileiro. Tornou-se um novo membro no seio da família. Em decorrência do avanço tecnológico, novos “entes queridos” foram se anexando, não só aos lares como também aos telefones, aos carros, à televisão; os computadores foram ocupando espaços profissionais, pessoais, sociais e acadêmicos. E interpretando o que diz Martin-Barbero, devemos mensurar a grandeza de toda essa tecnologia e prepararmos o ambiente escolar, dimensionando-o dentro da nova realidade de busca do conhecimento. Em outras palavras, incentivar o uso de recursos como computadores, tablets, projetores, entre outros, e, utiliza-los como ferramentas para exercer as pesquisas, reflexões e debates em sala de aula; Este deve ser o papel da escola: permitir que as tecnologias de informação e educação facilitem e melhorem a qualidade de aprendizagem e a relação do mestre/aprendiz na nova medida do aprender a aprender. O que não podemos é agir como a raposa na Fábula de Esopo(*); A Raposa e as Uvas conta a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, comer um cacho de uvas penduradas em uma vinha alta. Não conseguindo, afasta-se, dizendo que as uvas estariam verdes. O professor deve atualizar-se e buscar todo o conhecimento e domínio das tecnologias para possibilitar a interação desejada nas velhas salas de aula, já que há 200 anos permanecem as mesmas. E evitar, como a Raposa, por comodismo e por não querer evoluir, criar desculpas e justificativas enfadonhas.