quarta-feira, 25 de março de 2009
A IGREJA DEVE SE ADAPTAR AO MUNDO ATUAL?
Do total de entrevistados, 60% responderam que de alguma forma percebem a manifestação do sagrado em suas vidas; são casados, com filhos e com idade superior a 50 nos e já viveram algum tipo de trauma em suas vidas. Os 40% que responderam que não, são jovens e solteiros e declararam jamais terem vivido qualquer situação de trauma em suas vidas.
Isto nos remete a Seção 1 – As situações-limite do viver humano e a crise das produtoras de sentido. No livro didático da UNISUL: Experiência do Sagrado e Religião. A partir da fala do pensador de religião e escritor Frei Beto, o autor do livro afirma que, a religião aparece como uma espécie de pronto-socorro para aqueles que quebraram a cara.
Observe-se que 100% responderam que tem religião e no mesmo livro didático, pg. 40, Joaquim Wach, recorrendo a uma imagem, explica que a religião não é um ramo, mas o tronco da árvore. Isto significa que a religião traz em seu formato, a sistematização de caráter normativo e educador sobre o entendimento do divino, trazendo em si, as formas de entendimento e de relação com o sagrado.
Mesmo assim, somente 20% declararam freqüentar a igreja, fazendo valer as palavras de (MOREIRA-ZICMAN, op.cit, pg.46) apontadas na página 38 do Livro Didático, quando diz que existe um ponto decisivo na relação dos crentes com a instituição religiosa, porque ela não atende as necessidades das pessoas e não as ajuda mais a se relacionarem bem com o seu mundo, a sua vida e a sua realidade.
Ainda na síntese da seção 1, pode-se ler que os autores observam que a crise das religiões não extinguiu as experiências do sagrado e, que estas permanecem. Note-se que os entrevistados que constituíram uma família, apontam experimentar o sagrado em suas vidas, avalizando a fala do filósofo Luc Ferry, que se declarou surpreendido por novas expressões do fenômeno do sagrado, como A FAMÍLIA.
Obs.:Síntese de pesquisa que realizei para apresentação no curso de Bacharelado em FILOSOFIA, na UNISUL-Universidade Sul de Santa Catarina.
segunda-feira, 23 de março de 2009
QUEM PEDE A PALAVRA ? - IV
Diz também, que apesar de encontrarmos raciocínios errados no sofisma quanto na falácia, a diferença é que no sofisma há a intenção de enganar, enquanto que no raciocínio falacioso há uma falha lógica de argumento involuntária.
Conhecer e detectar um raciocínio falacioso são necessidades prioritárias, já que é amplamente utilizado em nossa sociedade, principalmente na política e na religião. Ele permite que se faça um pronunciamento, que superficialmente aparente ser verdadeiro, mas que após exposição aos recursos da lógica, acaba demonstrando a falta de conhecimento e de enganos na formação do discurso.
QUEM PEDE A PALAVRA? - IV (Continuando...)
Percebe-se na lista de Falácias, (ver Internet) que essa verdade aparente, dificulta detecta-lo como falso, já que exige daquele que ouve ou lê, preparo intelectual ou perspicácia desenvolvida naturalmente na vida prática, para identificar que o argumento utilizado não contem validade lógica.
A situação ainda se agrava mais, quando a utilização da falácia se dá também por desconhecimento daquele que fala ou escreve e que acredita ser verdadeiro o seu argumento, já que o sujeito que a utiliza, o faz sem saber que a estrutura de seu argumento é inválida e induz ao erro.
A razão de existir inúmeros tipos de falácia, dá-se ao fato de ser um método que, pode levar o ouvinte ou o leitor descuidado ao convencimento, por vezes equivocado, é verdade, mas por tratar-se de um resultado, acaba por satisfazer o interesse de quem argumenta.
Consequentemente conhecer os tipos de falácias, possibilitará auxilio na identificação de argumentos que, poderão levar a uma cilada, um ou ambos os lados envolvidos em um debate.
Em vista disto, vale ressaltar, que é de suma importância que se conheça particularmente cada tipo de falácia existente e sua estrutura, como forma de contra argumentar, evitando assim o dissabor de uma escolha errada no exercício prático da vida.
sexta-feira, 13 de março de 2009
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
Na idade Média a sociedade vivia sob forte influência da Igreja Católica. Era o período denominado teocêntrico, ou seja, Deus era o centro de todas as explicações, o centro do mundo e ao homem restava submeter-se e obedecer à vontade divina representada pelo papa e pelo rei. De acordo com essa posição, todas as explicações sobre a sociedade, a política e a própria vida cotidiana estavam fundamentadas na vontade de Deus. No contexto político, predominavam as monarquias absolutistas.
Porém, foi no movimento filosófico, conhecido como Iluminismo, que se deu inicio a uma nova sistemática de questionamento das explicações do mundo; buscando usar a razão para explicar os fenômenos sociais. Ao substituir Deus pela razão, o movimento iluminista promoveu uma crítica da cultura e da política absolutista.
Assim, o Iluminismo apresentou as bases filosóficas e uma nova sociedade, que foi conciliada a partir de duas revoluções: A Revolução Francesa, que marcou transformações no campo político e a Revolução Industrial, que marcou transformações econômicas.
Impulsionada pelo Iluminismo, a Revolução Francesa foi conduzida pela classe burguesa, com o objetivo de modificar o sistema político vigente. A França, palco da
Revolução era um reino comandado pela monarquia e fortemente influenciado pela Igreja Católica, e predominantemente agrícola. A burguesia urbana, estava descontente, com a alta carga tributária e principalmente fortemente descontente por estar excluída das decisões políticas da França. Pois, a burguesia detinha poder econômico, mas não detinha poder político. O que encontram a partir da revolução.
Prometendo Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a burguesia insuflou o povo contra a monarquia, que levantaram as armas e destituíram, violentamente, a monarquia do poder.
A Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, e se espalhou pela Europa Ocidental e Estados Unidos. Esta revolução gerou inovações no processo produtivo, provocando grandes modificações na forma de organização da sociedade, a partir das mudanças tecnológicas.
Na época predominava a produção artesanal, no qual o artesão desenvolvia o produto do início ao fim. No processo industrial, o operário ficou responsável por parte da produção de determinado produto. Com isto, na Revolução Industrial surgiu a divisão social do trabalho.
Com o desenvolvimento de novas formas de energia, como o vapor e, mais tarde, a energia elétrica, a capacidade de produção foi enormemente ampliada. E com isto, houve uma grande migração de trabalhadores para as cidades.
Como contradições visíveis na sociedade moderna, percebem-se:
A impossibilidade de algumas sociedades de se transformarem a partir da assimilação desses movimentos; vivenciando em algumas a total Vontade de Deus, em outras a dominação dos povos pelo estado e ainda sociedades que subsistem economicamente da produção artesanal.
E HOJE ?
O iluminismo não obteve uma completa transformação da Sociedade, pois o Teocentrismo ainda predomina fortemente em algumas sociedades, principalmente nas classes mais pobres, que são levados a negar a utilização da razão para explicar os fenômenos sociais, apoiando todas as explicações sobre a sociedade, a política e a própria vida cotidiana na vontade de Deus. Como também no campo político, ainda restam paises que detêm total domínio político das classes sociais.
As mudanças políticas pretendidas pela Revolução Francesa e Econômica pela Revolução Industrial, são visíveis na sociedade moderna; porém não atingem a todas as sociedades atuais. Ainda existem povos vivendo sob domínio do estado e ou da igreja, sem direitos que garantam a sua igualdade política, econômica e social.
terça-feira, 3 de março de 2009
MAÇONARIA, por Machado de Assis
“Esse bosquejo das idéias políticas de Machado de Assis ficaria incompleto se a ele não acrescessem, ainda que por alto, as considerações do grande escritor sobre a maçonaria e a igreja. Parecem ambíguas as posições de Machado de Assis a respeito, refletindo um pouco o seu espírito dividido entre a tradição e a modernidade. Por um lado, numa crônica datada de 10 de Janeiro de 1884, Machado de Assis profliga(destrói) a contradição da maçonaria contando que Dom João VI, em 1817, tendo apurado que dois de seus mais próximos colaboradores, o marquês de Angeja e o conde de Parati, eram maçons, aceitou, da parte do primeiro, em sinal de arrependimento, toda a prata para as urgências do Estado, e ao segundo obrigou-o a envergar pelos corredores do paço o hábito de irmão da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Conclui Machado: “Força é dizer que o absolutismo tinha coisas boas”. E observa que aquilo que o conde fez obrigado é justamente aquilo que a maçonaria anos mais tarde queria fazer na questão epíscopo-maçônica. Mas, por outro lado, em Crônicas relativas à questão religiosa, não obstante as loas (discurso) ao caráter intrépido de Dom Vital, Machado não demonstra simpatia pela posição dos dois grandes bispos que se opuseram à infiltração maçônica na igreja”.
A reportagem publicada na revista Ciência & Vida Filosofia Ano II 26 na página 40, não é sobre a maçonaria e nem tão pouco, consta que Machado de Assis tenha sido maçom. A reportagem publicada com o título GRANDES MESTRES, marca os 100 anos da morte do escritor e objetiva negar a tese de muitos estudiosos, de que Machado de Assis tenha vivido confinado em um mundo abstrato, e demonstra em sua obra muitas facetas de seu engajamento e de suas posições políticas. A reportagem ainda publica um desenho do interior de um Templo, onde se desenrola uma sessão de iniciação à epoca, com os dizeres: "Corrente religiosa bastante misteriosa e criticada, a maçonaria foi alvo de considerações contraditórias de Machado de Assis. O tema da religião é bastante presente na obra do escritor, que defendia a liberdade de crença e de culto"