quarta-feira, 26 de maio de 2010

A DOUTRINA DO INTERESSE.

Nas notas de rascunho à “Democracia”, vê-se Tocqueville elaborar uma distinção entre três doutrinas que contemplam o interesse.

Cita, pois Tocqueville:

“Há uma doutrina do interesse que consiste em crer que se deve dobrar o interesse dos outros homens frente ao seu e que é natural e razoável não ocupar-se senão com este. É um egoísmo instintivo, grosseiro, que mal merece o nome de doutrina [...]


Há uma outra doutrina do interesse que consiste em crer que o melhor meio de ser feliz é pôr a serviço seu interesse e ser bom, honesto, [ ...] em uma palavra, que o interesse bem compreendido exige que se sacrifique com freqüência o interesse próprio ou ainda que, para alcançar o seu interesse no geral deve-se com freqüência negligenciá-lo no detalhe. Eis uma doutrina filosófica que tem seu valor [...].

Há enfim, uma doutrina infinitamente mais elevada, mais imaterial, segundo a qual a base das ações é o dever. O homem penetra por sua inteligência no pensamento divino. Ele vê que o objetivo de Deus é a ordem e se associa livremente, na medida em que está nele este grande desígnio.

Ele coopera em sua humilde esfera segundo suas forças a fim de cumprir sua missão e obedecer seu mandamento. Ainda há aí interesse pessoal, pois há um prazer orgulhoso e íntimo em seu semelhantes pontos de vista e a esperança de uma remuneração num mundo melhor, mas o interesse é aí tão pequeno, tão dissimulado e tão legítimo quanto possível [...]

A doutrina do interesse bem compreendido pode fazer os homens honestos. Mas só aquela do amor de Deus os faz virtuosos. Uma ensina a viver, a outra a morrer, e como se poder fazer viver bem por muito tempo homens que não querem morrer?” (Bignoto , 2000, p. 80-81).

Também por isso nós Maçons, somos conscientes de que existe entre nós uma Verdade, que essa Verdade é a existência de Deus e que sabemos disto, porque Ele nos dotou de inteligência(2a.IInstr.´.Class.´.AP.´.M.´.). E é por meio dela que adentramos no pensamento divino, (como menciona Tocqueville) e praticamos nossas obrigações com base no dever e no trabalho (símbolo de nossos AAvent.´.) e na confiança da imortalidade da nossa alma (Mit.´.Hir.´.). Por esta razão, freqüentamos nossos Templos e seguimos trabalhando, não sem problemas, mas com dificuldade vamos aos poucos nos transformando em homens melhores, vencendo nossas paixões e submetendo nossa vontade, nesta busca milenar da humanidade pela Honestidade e pela Virtude.

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Da democracia na América (1835) é um texto clássico de autoria de Alexis de Tocqueville sobre os Estados Unidos da América dos anos 30 do século XIX, as suas virtudes e defeitos. (29 de Julho de 1805 - 16 de Abril de 1859) foi um pensador político, historiador e escritor francês.

FONTES CONSULTADAS:

MARQUES, Carlos Euclides. Filosofia Política II.Florianópolis, 2010. Livro Didático da disciplina do curso de graduação de Filosofia da UNISUL.

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